quinta-feira, 24 de maio de 2012

AS MUITAS MASCARAS DE SATANAS


O Anti-Semitismo

O anti-semitismo tem afligido a humanidade por milênios. Pergunte aos anti-semitas por que eles odeiam o povo judeu e você logo ouvirá uma grande número de desculpas desgastadas, ilógicas e que não podem ser comprovadas com fatos. Para os cristãos que crêem na Bíblia, o anti-semitismo é tão estranho às Escrituras que não devemos dar-lhe acolhida nem por um momento. Mesmo reconhecendo a oposição dos judeus ao Evangelho, o apóstolo Paulo nos lembra claramente que não temos o direito de odiar o povo escolhido de Deus. Ele escreveu: “Quanto ao evangelho, são eles inimigos por vossa causa; quanto, porém, à eleição, amados por causa dos patriarcas” (Romanos 11.28).
Além da coleção de desculpas sem fundamento e muitas vezes absurdas apresentadas pelas pessoas para justificarem seu ódio ao povo judeu, existe outra explicação para a existência do anti-semitismo. Trata-se de algo que realmente pode ser encontrado na Bíblia. Mesmo assim, esse texto bíblico não servirá para confortar os anti-semitas.
A passagem pertinente das Escrituras é Apocalipse 12.1-6: “Viu-se grande sinal no céu, a saber, uma mulher vestida do sol com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça, que, achando-se grávida, grita com as dores de parto, sofrendo tormentos para dar à luz. Viu-se, também, outro sinal no céu, e eis um dragão, grande, vermelho, com sete cabeças, dez chifres e, nas cabeças, sete diademas. A sua cauda arrastava a terça parte das estrelas do céu, as quais lançou para a terra; e o dragão se deteve em frente da mulher que estava para dar à luz, a fim de lhe devorar o filho quando nascesse. Nasceu-lhe, pois, um filho varão, que há de reger todas as nações com cetro de ferro. E o seu filho foi arrebatado para Deus até ao seu trono. A mulher, porém, fugiu para o deserto, onde lhe havia Deus preparado lugar para que nele a sustentem durante mil duzentos e sessenta dias”.
Os personagens envolvidos são a mulher, seu filho e o dragão. Ao comparar a descrição da mulher com o sonho de José (Gn 37.9-10), podemos ver que ela representa Israel. O filho, obviamente, é Jesus, um judeu de nascimento. O dragão, claro, é Satanás (veja Ap 12.9).
O dragão tenta devorar o filho da mulher, mas não consegue fazê-lo porque a criança tem sua vida milagrosamente preservada, até ao ponto de ser levada para o céu (a ascensão). A passagem continua: “Quando, pois, o dragão se viu atirado para a terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho varão; e foram dadas à mulher as duas asas da grande águia, para que voasse até ao deserto, ao seu lugar, aí onde é sustentada durante um tempo, tempos e metade de um tempo, fora da vista da serpente. Então, a serpente arrojou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, a fim de fazer com que ela fosse arrebatada pelo rio. A terra, porém, socorreu a mulher; e a terra abriu a boca e engoliu o rio que o dragão tinha arrojado de sua boca. Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus; e se pôs em pé sobre a areia do mar” (Ap 12.13-17).
Frustrado em sua tentativa de destruir o Salvador, Satanás dirige sua ira contra a mulher (Israel). De acordo com essa passagem, ele fará tudo o que puder para destruí-la. No final, ele sairá derrotado, mas durante o processo fará tanto estrago quanto puder. Essa passagem nos fornece a explicação melhor – e bíblica – para a existência do anti-semitismo. De forma simples, poderíamos dizer: o ódio a Israel tem sua origem em Satanás.
Satanás, na verdade, usa muitas máscaras
em sua tentativa de opor-se a Deus.

Odiar o povo judeu é participar do plano que Satanás estabeleceu contra ele. Outras explicações, mesmo as que defendem o povo judeu, ignoram esse ensino claro das Escrituras. Opor-se aos judeus é fazer a obra do Diabo.
A visão panorâmica que nos é mostrada em Apocalipse 12 apresenta o conflito de todas as eras: o plano redentor de Deus, centrado no Messias, e o plano satânico de opor-se a ele com todo o seu poder. A Bíblia toda poderia ser resumida nesse capítulo. A derrota certa e inevitável do Diabo não diminui seu desejo de manter a oposição. Israel, inegavelmente, está no centro desse conflito.
Mas como Satanás executa seu plano maligno? Outra passagem do Novo Testamento nos dá a resposta. Satanás sabe que precisa atrair as pessoas ao invés de repeli-las. Caso se apresentasse com a imagem caricata familiar, de uma criatura vermelha, com chifres, cascos e cauda, ele faria com que as pessoas se afastassem ao invés de serem atraídas. Assim, ele usa máscaras que lhe dão uma aparência mais benigna que perversa. Pense um pouco a respeito de 2 Coríntios 11.14: “E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz”. Satanás, na verdade, usa muitas máscaras em sua tentativa de opor-se a Deus. Algumas podem, inclusive, parecer nobres e não malévolas.

As Cruzadas

Quando os cruzados finalmente chegaram a Jerusalém e derrubaram suas muralhas em 1099, eles reuniram os judeus em sua sinagoga e colocaram fogo nela.
Para um observador casual da história, as Cruzadas talvez lembrem imagens de cavaleiros que deixaram para trás damas virtuosas e se engajaram em nobres missões de combate ao mal, em nome de Deus. Um exame mais minucioso das Cruzadas, contudo, revela uma realidade completamente diferente.
As Cruzadas foram iniciadas com o que parecia ser um propósito nobre – reconquistar a Terra Santa das mãos dos infiéis muçulmanos. Durante o processo, os cruzados massacraram quase 100.000 judeus. Havia uma grande distância entre a França e a Terra Santa em 1098, o ano em que a Primeira Cruzada teve início. Além disso, durante meses não foi encontrado nenhum muçulmano. Porém, quando os exércitos marchavam pelo vale do Reno,  depararam-se com muitas comunidades judaicas importantes. “Por que esperar para encontrar os inimigos do cristianismo no Oriente Médio”, pensaram eles, “se há outros inimigos bem aqui, perto de nós?” Por isso, eles atacaram e dizimaram as comunidades judaicas que não tinham como se defender.
Tais atrocidades foram cometidas em toda a Europa. Quando os cruzados finalmente chegaram a Jerusalém e derrubaram suas muralhas em 1099, eles reuniram os judeus em sua sinagoga e colocaram fogo nela. Portanto, independentemente do que a palavra “cruzada” significa para os cristãos quando usada como sinônimo de encontros evangelísticos, ela tem uma conotação completamente diferente para os judeus. Essa é a história de Satanás usando uma máscara de cruzado.

Os Monarcas Espanhóis

Os nomes Fernando e Isabel, monarcas da Espanha no final do século XV, freqüentemente lembram imagens das corajosas viagens de Cristóvão Colombo ao Novo Mundo. Mesmo sendo verdade que esses monarcas financiaram tais viagens, eles também tiveram um outro papel na história. Fernando e Isabel eram reis católicos fanáticos e deram sustentação à Inquisição Espanhola.
Ao mesmo tempo em que expulsavam os mouros da Espanha, eles também queimavam na estaca a evangélicos e judeus, acusados de envolvimento em práticas diferentes das ensinadas por Roma. No dia 1º de janeiro de 1492, quando os monarcas entraram vitoriosos em Granada – o último local de resistência dos mouros – eles também assinaram o Édito de Expulsão da grande e próspera comunidade judaica do país. O édito tornou-se efetivo em agosto daquele mesmo ano. Os historiadores contam: na época em que Colombo partiu para o mar, dezenas de navios enchiam o porto, repletos de refugiados judeus que preferiam fugir da Espanha a se converterem ao catolicismo.
Por fim, cerca de 150.000 judeus espanhóis abandonaram sua terra natal ou simularam converter-se ao catolicismo para salvar suas vidas e pertences. Segundo uma cantiga popular, “Colombo navegou pela maré bravia”. Poderíamos acrescentar: “Fernando e Isabel perseguiram a raça judia”. Essa é a história de Satanás usando a máscara dos famosos monarcas espanhóis.
O czar Nicolau II.

Na Rússia

A lista de máscaras satânicas poderia encher vários livros. Durante o século XIX, as maiores comunidades judaicas do mundo se encontravam na Europa Oriental, especialmente na Polônia e na Ucrânia. Os czares que governavam o Império Russo eram devotos da Igreja Ortodoxa Russa. Desde 1881 até a segunda década do século XX, eles patrocinaram uma série de “pogroms” – ataques violentos de camponeses e cossacos contra as comunidades judaicas. O objetivo declarado de um desses czares era que um terço dos judeus se convertesse, um terço deixasse o país e um terço morresse.
Na época da I Guerra Mundial, dois milhões de judeus russos desembarcaram sem um tostão no mundo ocidental, especialmente nos Estados Unidos. Os pioneiros judeus que chegaram à Terra Prometida eram judeus russos buscando uma vida melhor do que os sofrimentos sob o governo dos czares. Nessa ocasião, Satanás apareceu usando a máscara do Império Russo.

Na Alemanha Nazista

Infelizmente, hoje em dia um número crescente de pessoas admira o mal cometido por Hitler e seu Terceiro Reich entre 1933 e 1945. A loucura satânica do nazismo causou tanta devastação no mundo inteiro que podemos apenas classificá-la como um dos piores crimes da história. O povo judeu estava no centro daquele horror. Freqüentemente se diz que morreram mais não-judeus do que judeus durante esse período. Mesmo que isso seja verdade, não serve para diminuir o horror sem igual do Holocausto. Nele, de maneira cruel e sistemática, foram selecionadas e exterminadas seis milhões de pessoas apenas por serem judias. O que faz do Holocausto algo singular é que Hitler não matou os judeus por suspeitar que eram comunistas ou que estavam envolvidos em algum movimento político traidor. Ele os matou mesmo sabendo que se tratava de cidadãos alemães fiéis ao Estado. Ele os assassinou simplesmente porque haviam nascido judeus. Para as pessoas que viveram nos primeiros dias daquela insanidade, o número crescente de restrições impostas aos judeus alemães era defendido com o mais nobre dos propósitos: o nacionalismo.
O discurso foi simples. Era necessário encontrar um “bode expiatório” sobre o qual pudesse ser colocada a responsabilidade da derrota sofrida na “Grande Guerra”. Hitler convenceu os alemães de que um elemento estranho, os judeus, devia ser responsabilizado. Eles foram acusados de ser “internacionalistas” e não “nacionalistas” fiéis à pátria alemã. Contudo, o povo judeu estava vivendo na Alemanha há 900 anos e até mesmo tinha lutado pelo Kaiser (imperador alemão) na I Guerra Mundial. Muitas pessoas engoliram a mentira de que acabar com os judeus seria o melhor para a nação alemã. Essa é a história de Satanás usando a máscara do nacionalismo na Alemanha nazista.
Hitler não matou os judeus por suspeitar que eram comunistas ou que estavam envolvidos em algum movimento político traidor. Ele os assassinou simplesmente porque haviam nascido judeus.

No Presente

Hoje em dia, o anti-semitismo continua se multiplicando em todo o mundo. Mais uma vez, Satanás está espalhando seu engano. Enquanto os israelenses tentam desesperadamente defender-se do terrorismo islâmico, Satanás está enganando o mundo: ele faz com que todos acreditem que os judeus são os agressores e os muçulmanos, as vítimas.
O apóstolo Paulo nos alertou a respeito dos métodos e artifícios usados por Satanás: “que Satanás não alcance vantagem sobre nós, pois não lhe ignoramos os desígnios” (2 Co 2.11). Ele também nos incentiva a lutar contra os estratagemas do maligno: “Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do Diabo” (Ef 6.11).
Pedro também nos alertou sobre as manobras do Diabo: “Sede sóbrios e vigilantes. O Diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar; resisti-lhe firmes na fé, certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão se cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo mundo” (1 Pe 5.8-9).
Enquanto o anti-semitismo fica cada dia mais forte, é urgente que consigamos perceber esse plano do Diabo. Conhecer algumas das máscaras que Satanás utiliza em seu ódio ao povo judeu nos ajudará a ficarmos alertas contra os seus esquemas nefastos para impedir também a obra de Deus em nossas vidas. (William C. Varner -

A propósito do anti-semitismo


O termo "anti-semitismo", com suas conotações biológicas e raciais, foi usado pela primeira vez em 1879, por Wilhem Marr, fundador da famosa Liga Anti-Semita.
A expressão "anti-semitismo" tornou-se logo de uso corrente, encontrando um campo amplo para seu emprego. Amparando-se no culto da ciência, que se tornou muito popular a partir dos últimos vinte anos do século XIX, todos os postulados "científicos" do termo foram avidamente aceitos por determinados segmentos da ideologia nacionalista-patriótica.
Marr embasava o termo "anti-semitismo" com uma identidade racial, asseverando que o caráter "inato" dos judeus ou semitas – considerados descendentes de Sem, um dos três filhos de Noé mencionados no livro do Gênesis – era absolutamente oposto ao caráter "nobre e puro" dos arianos (Marr, ao dizer "arianos", tinha em mente os teutões e nórdicos, tais como alemães, austríacos, escandinavos, holandeses, ingleses, franceses etc.). Ele considerava, magnanimamente, que os judeus não podiam deixar de ser o que eram: homens "inferiores moral e fisicamente", porque a natureza os havia predeterminado a serem assim.
Essa mistura de contra-sensos pseudocientíficos era ministrada pelos raivosos racistas aos ignorantes e apáticos e só divertia ou irritava os eminentes homens de ciência daquela época.
De certa forma, o arianismo começou assim: no ano de 1808, o célebre estudioso do sânscrito Friedrich von Schlegel (católico casado com a filha de Moisés Mendelssohn, Dorothea) observou, no decurso de suas pesquisas filológicas, certa proximidade entre o persa e o sânscrito, de um lado, e as línguas teutônicas (alemão, sueco, holandês etc.), de outro. A partir dessas observações inteiramente acidentais e de outras realizadas por vários filólogos, ele elaborou uma hipótese para a origem dessas línguas "aparentadas": elas viriam de uma língua ancestral comum, o "ariano", supostamente falado por um povo chamado "ariano", que habitava a terra de "Ariana".
Nem é preciso dizer que o "ariano" era uma língua perdida e esquecida; os próprios "arianos" haviam desaparecido no bojo da história e a terra de "Ariana" era mencionada superficialmente no Zend Avesta, livro das escrituras semíticas do zoroastrismo persa, escrito por volta do ano de 1000 a.C. Não há, entretanto, qualquer indicação de onde estaria situada.
Foi nesses hipotéticos arianos, habitantes de um país hipotético chamado Ariana, que falavam uma língua hipotética, o ariano, que os anti-semitas do século XIX, entre os quais estavam professores, jornalistas e demagogos alemães, foram buscar as fontes de sua nobreza ancestral e de seu orgulho de fazer parte de uma "raça superior" da Humanidade. Não resta dúvida de que o sentimento nacional, que se seguiu ao triunfo espetacular dos alemães sobre os franceses na guerra franco-prussiana de 1870, estimulou enormemente o desenvolvimento do princípio "científico" anti-semita do arianismo, fazendo-o parecer convincente. Ao mesmo tempo, buscando inspiração na mesma fonte literária – o Zend Avesta – os anti-semitas do século XIX fizeram uma analogia entre o princípio zoroastriano da dualidade e da oposição mortal entre a deidade da luz (Ormuz) e a deidade das trevas (Arimã) e a oposição, igualmente mortal, que se supunha existir entre a raça ariana (a "raça superior" alemã) e a raça semítica (a "raça escrava" judia). A conclusão a que chegaram foi: assim como o deus persa da luz estava empenhado em eterna batalha com o deus das trevas, até que este último fosse derrotado – a raça ariana deveria encetar um combate mortal contra o judaísmo, até destruí-lo.
Quanto à "pureza racial", reivindicada pelos apologistas "arianos" em favor do povo alemão, o eminente antropólogo francês Pittard fez a seguinte observação: "Há tanta diferença entre um pomerano da costa do Báltico e um bávaro do maciço do Amer, quanto a que existe entre um cavalo e uma zebra." (Polskraiser: apud Clemesha, 1998, 68).
Nos anos intermediários entre a guerra franco-prussiana e a unificação de todos os estados alemães, em 1871, e a tomada do poder por Adolf Hitler, em 1932, havia na Alemanha um número relativamente grande de judeus, que prosperavam. Sob a orientação oportunística do príncipe Bismarck, que compreendia a reação e o liberalismo a um só tempo, os judeus conseguiram a emancipação civil total e, portanto, oportunidades iguais sob o ponto de vista jurídico em qualquer ramo de atividade. Não há dúvidas que, durante as três décadas finais do século XIX, a grande expansão comercial e industrial da Alemanha deu a muitos judeus uma oportunidade sem par. Muitos enriqueceram e se integraram aos pilares da sociedade, exercendo atividades tais como as de fabricante, negociante, banqueiro, médico, engenheiro, advogado, além de práticas culturais, como a música e a literatura.
Não será necessário insistir que o elemento de ressentimento permeou o pensamento de muitos anti-semitas com relação a seus compatriotas alemães de origem judaica. Desde que os Cavaleiros da Cruz, ao final do século XI, haviam-se expressado aos gritos de "Hab hab!" ("Dê, dê!"), os inimigos dos judeus em todos os países da Europa, nos séculos que se seguiram, passaram a encobrir sua cobiça pelo dinheiro e pelas posses dos judeus com a unção de um sentimento piedoso. Essa combinação de sentimentos foi, sem dúvida, a centelha que provocou a petição popular assinada por 300.000 cidadãos prussianos, em 1880 – a que se seguiram dois dias de violentos debates no Parlamento – requerendo do Marechal de Ferro (Bismarck) que excluísse os judeus de todas as escolas e universidades e que lhes proibisse ocupar qualquer cargo público. "A mistura do elemento semítico ao elemento germânico de nossa população demonstrou ser um fracasso. Temos que enfrentar agora a perda de nossa superioridade pela ascendência do judaísmo, cuja influência sempre crescente provém de características raciais que a nação alemã não pode e não deve tolerar, a não ser que deseje destruir a si mesma".
Quão diferente era o tratamento que dera Robespierre, durante a Revolução Francesa, aos propalados defeitos "judaicos" (como se outros povos também não tivessem as mesmas deficiências!). Falando aos delegados da Assembléia Nacional para solicitar que incluíssem os judeus nas provisões humanísticas dos Direitos do Homem, disse ele: "Os defeitos dos judeus provêm do rebaixamento a que vós (cristãos) os haveis submetido. Se elevarmos sua condição, rapidamente farão jus a ela." (Nyiszli: 1980, 189).
Segundo um dito antigo, "os judeus eram amaldiçoados por fazer e eram amaldiçoados por não fazer". O reverendo Dr. Stöcker, pregador de Potsdam (capital do estado de Brandenburg, junto a Berlim), favorito do Kaiser (o imperador alemão), declarou: "Os judeus são, simultaneamente, os pioneiros do capitalismo e do socialismo revolucionário, trabalhando assim pelos dois lados para destruir a atual ordem social e política." (Sartre: 1954, 76).
Os anti-semitas alemães, evidenciando sempre forte inclinação nacional para a metafísica, para a obtenção de conclusões "científicas" e para a elaboração de formulações precisas a partir delas, desenvolveram seu ódio aos judeus obedecendo a um sistema científico irrefutável – assim pensavam eles. Observa-se, freqüentemente, que sociedades ou grupos de homens, quando querem fazer parecer aos outros que suas ações são mais corretas e justificadas do que na realidade, tratam de adorná-las com racionalizações altissonantes de natureza intelectual, moral e legal, para assim disfarçar-lhes a má índole. Como observou, porém, o célebre jornalista e filósofo satírico judeu Max Nordau, (1849-1923), ao comentar acerbamente as proezas "intelectuais" dos anti-semitas: "Os pretextos variam, mas o ódio continua." (Clemesha 1998, 145)
O ódio dos anti-semitas na Alemanha e na Áustria perdurou, mas, a partir dos meados do século XIX, surgiu um pretexto novo, desta vez fornecido por intelectuais e professores – etnólogos, biólogos, psicólogos e historiadores – visando a supressão total e mesmo o extermínio físico dos judeus. Essa inovação foi liderada por dois homens: Conde Joseph Arthur de Gobineau (1816-1882) e Houston Stewart Chamberlain (1885-1927).
Gobineau, diplomata e orientalista francês, que publicou um "Ensaio Sobre a Desigualdade das Raças Humanas", em quatro volumes (Paris, 1853-1855), tomou como base de sua tese a visão dos judeus (semitas) como "uma raça mista" e que "tudo de grandioso, nobre e frutificador nas obras do homem [...] pertence a uma família (a ariana), cujos diferentes ramos reinam em todos os países civilizados do globo" (Gobineau apud Clemesha 1998, 93).
O outro mentor intelectual dos anti-semitas alemães, Chamberlain, era genro do compositor Richard Wagner que, por sua vez, havia atacado impiedosamente os judeus no seu ensaio nada musical "O Judaísmo na Música". Chamberlain foi autor da obra mais agressiva, talvez, já publicada a respeito de judeus, fazendo-a editar sob o título acadêmico e totalmente enganador "Os Fundamentos do Século XIX" (1899). A obra mereceu a aprovação entusiástica do Kaiser Guilherme II e dela foram vendidos quase um milhão de exemplares somente em língua alemã. Uma amostra típica do que o livro contém é a seguinte reflexão: "...a raça judaica está completamente abastardada, e sua existência é um crime contra as sagradas leis da vida..." (Chamberlain apud Correa Neto: 1980, 79).
Da "filosofia de desinfecção" às câmaras de gás nazistas, onde foram asfixiados seis milhões de judeus em 1940-45, a distância foi de poucos passos e de apenas sessenta anos.
Por falar em "sagradas leis da vida", outro inimigo do povo judeu, igualmente influente e devoto, o reverendo Dr. Adolf Stöcker, pregador da corte de Guilherme I e líder do bloco anti-semita do Reichstag (Parlamento), também entrou na arena como defensor da "santidade". Mas a santidade pela qual lutava era a chamada pureza do sangue alemão. Dizia ele: "...o judaísmo moderno é uma gota de sangue estrangeiro no corpo alemão – e tem poder destrutivo" (Nyiszli: 1980, 49). Foi Stöcker, fundador do Partido Socialista Cristão, em 1878, quem cunhou, naquela ocasião, a legenda que se tornou o grito de guerra dos nazistas contra os judeus, meio século depois: "Deutschland – erwache!" (Alemanha – desperta!). Os socialistas cristãos também adotaram em seu programa político uma plataforma central que exigia uma Alemanha que fosse "judenrein" (purificada de judeus).
Curiosamente, nessa preocupação com a pureza racial do povo alemão, Chamberlain e Stöcker, como também os outros líderes intelectuais do movimento anti-semita alemão, cada vez mais florescente – Wilhelm Marr, Hermann Ahlwardt, Heinrich von Treitschke, Conde Walter Puckler-Muskau e o filósofo Eugen Dühring – tinham idéias "científicas" análogas à limpeza, à pureza do sangue, que era a obsessão dos racistas espanhóis durante o século XIV.
O problema judaico não era mais da alçada da religião cristã. Os anti-semitas intelectuais, tais como os arruaceiros das cervejarias, opunham-se violentamente à conversão dos judeus ao cristianismo, devido à "mácula" que o "sangue judaico" traria à corrente puríssima de sangue germânico, através dos casamentos mistos.
Do alto de sua elevada eminência, o filósofo Dühring dava ao povo alemão o seguinte conselho genocida, quanto ao trato com os judeus: "não deveriam ficar inibidos por qualquer escrúpulo, e sim usar os mais modernos métodos de desinfecção" (Dühring apud Sartre 1954, 104). Dessa "filosofia de desinfecção" às câmaras de gás nazistas, onde foram asfixiados seis milhões de judeus em 1940-45, a distância foi de poucos passos e de apenas sessenta anos.

“Trilha do Evangelho”: Israel inaugura passeio que segue os passos de Jesus Governo israelense acredita que nova opção de turismo atrairá cristãos para a região


Do alto de Tel Kinrot, uma colina perto do mar da Galileia, Winston Mah virou o rosto para a direita e viu bananais na borda do lago de água doce e calma. À sua esquerda, na colina oposta, está o majestoso Monte em Tabga, onde, segundo a tradição cristã, Jesus fez o famoso Sermão do Monte.
“Esta é uma experiência única”, disse o peregrino, olhando para um pescador solitário na beira da água. “Esta é a visão que Jesus deve ter visto, o caminho que pode ter caminhado, a água sobre a qual ele andou. É um privilégio andar em seus passos.”
“Uma coisa é ler sobre os lugares bíblicos sentado em um banco da igreja”, disse Mah. “Mas é completamente diferente estar nos lugares mencionados na Bíblia”, concluiu com a voz cheia de admiração.
Um grupo da igreja de Winston Mah estava entre os primeiros turistas a conhecer a recém-inaugurada “Trilha do Evangelho”, que se estende por 39 quilômetros de vias integradas na região da Galileia.
Criado pelo Ministério do Turismo de Israel e o Fundo Nacional Judaico, o projeto tem o apoio total de líderes cristãos, cujos rebanhos se beneficiam dessas opções turísticas.
“Nossa esperança é que esta trilha trará muito mais peregrinos cristãos para a Galiléia, onde Jesus viveu e desenvolveu a maior parte do seu ministério”, disse o bispo Boutros Muallem, o arcebispo emérito da Galileia, que participou de abertura festiva da trilha a bordo de um barco no Mar da Galileia.
Cerca de 150 mil cristãos árabes vivem em Israel, a grande maioria deles na região da Galileia, no norte do país. Muitos cristãos emigraram para a Terra Santa vindos de diferentes lugares no Oriente Médio, em busca de estabilidade econômica e de paz.
Agora que a situação política está relativamente calma, e um número recorde de turistas visita Israel, os cristãos locais estão se beneficiando com o comércio, apontam as estatísticas do governo.
Dois em cada três turistas que visitam Israel são cristãos, segundo o Ministério do Turismo. Liderando um grupo de jornalistas por um trecho da trilha que pode ser feita a cavalo, o ministro Stas Misezhnikov disse que a “Trilha do Evangelho” é um dos principais meios para maximizar o potencial turístico da região em torno do Mar da Galileia”.
“Isso vai incentivar o crescimento econômico no Norte, criando novos empregos”, disse ele, “e um aumento na renda dos moradores”.
A Trilha do Evangelho não é a primeira criada para turistas cristãos na região. O caminho de 40 quilômetros que procura seguir os passos de Jesus começa na cidade de Nazaré, na casa que seria de Maria e José, e termina no Mar da Galileia. Passando pelos montes de Arbel, onde ocorreram muitas batalhas antigas; as antigas ruínas de Betsaida, uma vila de pescadores onde viveram os discípulos Pedro, André e Filipe; Cafarnaum, onde teve início o ministério de Jesus na Galileia; e Caná, onde Jesus fez seu primeiro milagre.
O percurso passa por Magdala, identificado nos Evangelhos como a casa de Maria Madalena, e o Monte das Bem-Aventuranças, onde uma igreja antiga, cercada por árvores e áreas especiais para a oração, um dos lugares mais marcantes do ministério de Jesus.
Nos próximos meses, o governo espera que agências turísticas vendam pacotes para que as pessoas conheçam a Trilha sabendo que os empresários locais irão oferecer de tudo, desde acomodações confortáveis até bons restaurantes.
Um dos seus maiores atrativos é a beleza natural da região da Galileia. Suas colinas são pontilhadas com cidades e aldeias, vacas, ovelhas e oliveiras. É possível percorrer todo o trajeto em cerca de quatro dias.
Em Tel Kinrot, que fazia parte da principal rota de comércio entre o Egito antigo e a Síria, ao noroeste do Mar da Galileia, um peregrino italiano chamado Stefano olhou para as ruínas arqueológicas e exclamou: “Estou muito feliz por estar nesta Trilha e ver os locais onde Jesus viveu e todos esses sítios arqueológicos. Isso me ajuda a agradecer a Deus pelo que Ele faz na minha vida.”
Traduzido e adaptado por Gospel Prime de Huffington Post

Com apoio de cristãos, profecias bíblicas estão se cumprindo em Israel “Árvores no deserto” teriam sido anunciadas pelos profetas Isaías e Obadias


O profeta Isaías escreveu em seu Livro, cerca de 700 anos antes de Cristo: “O deserto e o lugar solitário se alegrarão disto; e o ermo exultará e florescerá como a rosa” (Isaías 35:1) ou, neste caso, “como o carvalho ou o pinheiro”. Até algumas décadas atrás, as colinas da Judeia eram um lugar seco (deserto) onde ninguém habitava (sozinho).
Hoje, graças ao trabalho do Fundo Nacional Judaico (JNF) e a participação de entidades cristãs de todo o mundo, as profecias bíblicas estão sendo literalmente cumpridas nas colinas da Judeia. O doutor Liran, representante do Fundo, “eles dizem que se você está plantando uma árvore e o Messias vier, continue plantando a árvores antes de saudar o Messias”.
Com esta iniciativa, o Fundo Nacional Judaico já plantou mais de 240 milhões de árvores na Terra Prometida. Trata-se de um projeto que literalmente tem transformado o deserto em um paraíso. ”Temos uma oração que diz… Desde a tua habitação no céu, contempla e abençoa esta terra santa, para que mane novamente leite e mel… Afunda as suas raízes e aumenta as suas copas para florescerem em tua graça, junto com todas as árvores em Israel”, lembra Liran.
Os líderes da COICOM [Confederação Cristiã Iberoamericana de Comunicadores e Meios de Massa] dão sua contribuição no replantio das árvores na Terra Santa, mais especificamente na Floresta Kennedy, poucos quilômetros ao sul de Jerusalém. ”Tem sido uma experiência muito importante vir à Terra Santa, Jerusalém, para plantar uma árvore. É uma alegria e foi uma honra para mim contribuir para o reflorestamento da Terra de Israel “, disse Arnold Enns, presidente da COICOM.
Esse novo trabalho de plantio ocorre exatamente um ano após o grande incêndio das florestas do Monte Carmelo, que deixou milhares de hectares em cinzas, causando 44 mortes.
“Esta é uma terra deserta e precisamos reflorestar. Não vai ajudar apenas o estado de Israel, mas também os países que estão prestes a restaurar a vida selvagem, flores e tudo o que era natural de sua terra”, diz outro membro da COICOM.
Este processo está chegando ao deserto no sul do país. ”No Neguebe também estamos cumprindo a visão de David Ben Gurion. Estamos plantando árvores no Neguebe, que é a floresta Yatir. É muito bom ver no meio do deserto surgir uma floresta tão grande”, diz Liran.
Janet Luttrell, uma representante da COICOM, reafirma a importância dos latinos nesse plantio em Israel. Ela acredita que existe outra profecia se cumprindo, a de Obadias 20, que diz “E os cativos deste exército, dos filhos de Israel, possuirão os cananeus, até Zarefate; e os cativos de Jerusalém, que estão em Sefarade, possuirão as cidades do sul”.
A segunda parte do versículo fala sobre aqueles de Jerusalém que estão espalhadas em Sefarade. No mapa atual, é a Espanha. Esses descendentes possuirão as cidades do sul, onde está o Neguebe. “A América Latina está cheia de pessoas descendentes dos hispânicos que foram corajosos para fugiu da Espanha durante a Inquisição. Muitos desses judeus tornaram-se cristãos e são chamados de sefaraditas”.
Stan Jeter, vice-presidente da COICOM, lembra o que está escrito na Bíblia referente à bênção sobre Israel: ”O Salmo 1 diz que o justo é como uma árvore plantada junto a ribeiros de águas que dá o seu fruto no seu tempo certo. É isso que queremos para Israel. Que seja uma terra fértil, uma terra abençoada e que possa abençoar as nações. ”
Traduzido e adaptado de CBN

Movimento pró-Israel reúne um milhão de adeptos pela internet “Unidos com Israel” ganha apoio do primeiro-ministro


Enquanto o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu denuncia um movimento crescente contra Israel e pede apoio dos Estados Unidos e da ONU numa possível guerra contra o Irã, existem organizações pró-Israel ganhando força no mundo virtual.
O exemplo mais recente é o “Unidos com Israel”, uma nova organização para defesa de Israel, que se beneficia do poder das mídias sociais. Desde que foi iniciada, apenas 15 meses, a Unidos com Israel cresce constantemente e já chegou a um milhão de adeptos.
No dia 4 de março, a milionésima pessoa a clicar o botão “curtir” foi justamente o primeiro-ministro de Israel.
“Não é mágica”, diz Michael Gerbitz, um profissional de tecnologia da informação nascido em Nova York que se mudou para Israel com sua esposa e os nove filhos em 2007. ”Unidos com Israel é a primeira organização pró-Israel que soube realmente aproveitar todo o potencial das mídias sociais.”
O grupo calcula que tem um alcance global de mais de 200 milhões de pessoas, em mais de 100 países. Isso e o equivalente a 25% de toda a comunidade mundial do Facebook.
A motivação para Gerbitz criar esse movimento online é simples: “Se as pessoas comuns no mundo árabe souberam usar as mídias sociais como base para uma mudança radical em seus países, certamente podemos usá-lo para defender Israel. Não é nenhum segredo que Israel está travando uma batalha difícil contra a opinião pública mundial”, explicou.
Seu criador acredita que descobriu uma maneira dinâmica e altamente eficaz para disseminar mensagens positivas sobre Israel para milhões de pessoas ao redor do mundo. O movimento se baseia na cooperação dos usuários do Facebook.
Em sua página oficial facebook.com/unitedwithisrael são publicadas notícias sobre o Estado judeu e pede-se que os seus seguidores compartilhem com seus amigos apenas dando um clique no mouse.
Os tópicos são variados, indo desde cultura, política, aprendizado da língua e até ensinando receitas típicas do país.
Traduzido e adaptado de Charisma News

Volta da “tribo perdida de Israel” é cumprimento de profecia bíblica Etnia judia que vive na Índia seria descendente do patriarca José



Depois de uma parada de cinco anos no fluxo de imigração, o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu deu permissão para uma comunidade de cidadãos indianos mudarem-se para o Estado judeu.
Acredita-se que eles são uma das “tribos perdidas de Israel”. “Tivemos um grande avanço, e graças a Deus, a Aliya [a imigração para Israel] está certo que recomeça neste verão. Esperamos e oramos para que o primeiro grupo de 50 famílias, ou cerca de 250-300 imigrantes Bnei Menashe, virá para Israel até o final de agosto”, disse Michael Freund, presidente da Shavei Israel, fundação que está por trás da iniciativa.
A Shavei, com sede em Jerusalém, espera trazer para o Estado judaico todos os 7.000 cidadãos indianos restantes que acreditam ser os Bnei Menashe, descendentes de Manassés, filho do patriarca bíblico José e neto de Jacó.
A organização liderada por Freund ajudou a facilitar a imigração de mais de 1.700 Bnei Menashe no passado, sempre com o apoio dos governos israelenses. Até que em 2007, o primeiro-ministro Ehud Olmert interrompeu o processo, que somente agora está sendo retomado.
O plano da Shavei é levar essas 50 famílias Bnei Menashe para Israel como turistas, seguindo o acordo com o Ministério do Interior. Após desembarcarem no país, os Bnei Menashe se converterão oficialmente ao Judaísmo, ganhando assim a cidadania israelense.
Esse era o procedimento adotado em anos passados, mas alguns funcionários de ministérios israelenses se recusam a conceder permissão para que o restante desse grupo que ainda está na Índia viaje com esse propósito.Para suavizar o processo, Freund espera contar novamente com a ajuda do chefe do rabinato de Israel, que voou para a Índia em 2005 para converter os membros da Bnei Menashe. Esse processo foi interrompido no ano passado pela Índia.
O que se sabe no momento é que os membros da “tribo perdida” vivem nos Estados indianos de Manipur e Mizoram. Eles dizem que foram exilados de Israel há mais de 2.700 anos atrás pelo império assírio. De acordo com a tradição oral judaica, a tribo Bnei Menashe foi exilada de Israel e empurrada para o Extremo Oriente, se estabelecendo nas regiões fronteiriças da China e da Índia, onde permanecem até hoje.
A maioria manteve aspectos culturais semelhantes à tradição judaica, incluindo a observação do Shabat [sábado sagrado], as leis do Kosher [alimentos permitidos], praticando a circuncisão dos meninos recém-nascidos no oitavo dia e as leis de “pureza familiar”.
Na década de 1950, milhares de Bnei Menashe disseram que partiriam a pé para Israel, mas foram rapidamente interrompidos pelas autoridades indianas. Desde então, começaram a praticar o judaísmo ortodoxo e se comprometeram em manter suas tradições judaicas. Hoje, frequentam centros comunitários na Índia estabelecidos pela Shavei Israel onde aprendem mais sobre a religião judaica e hebraico moderno.
Freund acredita que a imigração dos Bnei Menashe é o cumprimento da profecia bíblica de Isaías 43:5-7, que afirma: “Não tenha medo, pois eu estou com você, do oriente trarei seus filhos e do ocidente ajuntarei você. Direi ao norte ‘Entregue-os! ’ e ao sul ‘Não os retenha’.
De longe tragam os meus filhos, e dos confins da terra as minhas filhas; todo o que é chamado pelo meu nome, a quem criei para a minha glória, a quem formei e fiz”.
“Acho que este é um projeto histórico”, acrescentou. “É o fechamento de um círculo na história. É o retorno de uma tribo perdida de Israel depois de 27 séculos de exílio. É um cumprimento da profecia bíblica diante de nossos olhos”.
Traduzido e adaptado de WND

segunda-feira, 14 de maio de 2012

A mídia contra Israel


A rejeição do mundo a Israel é uma luta contra o Deus verdadeiro, manipulada pelo "pai da mentira" (Jo 8.44). Mas virá o dia em que as nações reconhecerão: "Só contigo [Israel] está Deus, e não há outro que seja Deus" (Is 45.14).
A mídia propaga mentiras
Alguns comentários publicados pelos meios de comunicação internacional acerca da situação no Oriente Médio fazem lembrar a incitação contra os judeus no jornal nazista "Der Stürmer". Muitos jornalistas responsabilizam unicamente os judeus pelos conflitos na região. A maioria dos correspondentes suprime verdades desagradáveis sobre a liderança palestina, enquanto critica duramente o primeiro-ministro conservador de Israel, Ariel Sharon. Em sua cartilha ideológica, segundo a qual apenas socialistas conseguem estabelecer a paz, não cabem as "tiradas antijudaicas e antiisraelenses carregadas de ódio" do presidente palestino Yasser Arafat, que incentivou publicamente os atentados suicidas. Em contrapartida, não se fala que o acordo de paz com o Egito aconteceu sob o governo direitista do Likud e que o atual primeiro-ministro Sharon mandou desocupar colônias judaicas, apesar de grandes resistências. Lothar Klein, um ex-deputado alemão da União Européia, apelou aos amigos cristãos de Israel para que "desmascarem as ‘mentiras’ propagadas acerca de Israel, através da publicação de ‘notícias objetivas’. Ele sugere que se envie cartas às redações protestando contra o antijudaísmo verbal". (Idea Spektrum)
Por que será que nosso mundo é tão antiisraelense? Em primeiro lugar, porque Israel é o povo do único Deus verdadeiro. Em segundo lugar, porque Israel é a prova de que a Bíblia merece confiança. E, em terceiro lugar, porque Israel tem um futuro messiânico. Mas um mundo que se volta contra Deus será inevitavelmente contra tudo o que lembra a Deus. Na verdade, deveríamos ter compaixão da mídia e dos políticos ofuscados e cegos para a realidade, perguntando-nos se sua atitude de medir com duas medidas já não é parte do juízo de Deus sobre nosso mundo.

É evidente que os próprios palestinos enviam friamente suas crianças para a morte.

Pois é evidente que os próprios palestinos enviam friamente suas crianças para a morte, que treinam terroristas para ataques suicidas e que lançam verbalmente contra Israel todo o seu ódio grotesco. Os países árabes-islâmicos vizinhos continuam não reconhecendo o Estado de Israel. Nos mapas palestinos, Israel não aparece. A Síria se orgulha de ser um país inflexível e obstinado, que há décadas insiste que Israel retorne às fronteiras anteriores a 1967. Arafat continua comprometido com o terrorismo e não sossegará até que Israel não tenha mais nenhum palmo de terra. Hoje qualquer repórter sabe que, na realidade, Arafat nasceu no Cairo e nem é "palestino". Mas, sendo líder dos palestinos, seria desvantajoso admitir que ele não nasceu na "Palestina". Por isso, seu verdadeiro lugar de nascimento foi simplesmente falsificado e substituído por Jerusalém. Mas quem se incomoda com isso? A única coisa que importa para a maioria dos jornalistas internacionais é ser contra Israel.
A organização de direitos humanos "Anistia Internacional" condena o comportamento de Israel em sua luta contra a rebelião palestina, inclusive quando são mortos notórios terroristas. Mas não se ouve manifestações dessa organização quando a polícia palestina, por ordem de Arafat, mata "traidores" apenas por não serem contra Israel. Como é possível levar a sério uma organização de direitos humanos como essa? Os mesmos meios de comunicação que continuamente acusam Israel, nada dizem acerca do fato de Israel ser a única democracia no Oriente Médio. Eles pouco se manifestam sobre os regimes dos países ao redor de Israel, em sua maioria ditatoriais, que oprimem sua própria população.
Mas tudo mudará um dia: Jesus Cristo, o Messias de Israel, voltará – para salvar Seu povo e mostrar que Ele é Deus, que não deixa Suas promessas sem cumprimento! O futuro de Israel será maravilhoso sob Seu reinado. Ele disse através do profeta Isaías: "Agora, me levantarei, diz o Senhor; levantar-me-ei a mim mesmo; agora, serei exaltado. Olha para Sião, a cidade das nossas solenidades; os teus olhos verão a Jerusalém, habitação tranqüila, tenda que não será removida, cujas estacas nunca serão arrancadas, nem rebentada nenhuma das suas cordas. Mas o Senhor ali nos será grandioso, fará as vezes de rios e correntes largas; barco nenhum de remo passará por eles, navio grande por eles não navegará. Porque o Senhor é o nosso juiz, o Senhor é o nosso legislador, o Senhor é o nosso Rei; ele nos salvará. Agora, as tuas enxárcias estão frouxas; não podem ter firme o mastro, nem estender a vela. Então, se repartirá a presa de abundantes despojos; até os coxos participarão dela. Nenhum morador de Jerusalém dirá: Estou doente; porque ao povo que habita nela, perdoar-se-lhe-á a sua iniqüidade" (Is 33.10,20-24).

A LIGACÃO COM SIÃO UM MANDAMENTO BIBLICO

Quando Abrão obedeceu a Deus e partiu de sua amada terra natal, Deus o guiou a uma nova terra, exatamente como tinha prometido. Logo que Abrão chegou a ela, o Senhor (Yahweh, Javé) lhe apareceu e disse: “Darei à tua descendência esta terra” (Gn 12.7).Desde o momento em que chegou àquele pequeno pedaço de terra às margens do Grande Mar, a identidade de Abrão – bem como a de seus descendentes – ficou ligada àquele lugar.
A promessa daquela terra, feita pelo Senhor em Gênesis 12.7, foi a primeira de muitas. Por várias e várias vezes Ele reiterou Sua promessa de aliança com a nação descendente de Abraão. Por muitas vezes, esses lembretes e reafirmações do relacionamento através da aliança incluíram referências explícitas à terra que Deus havia prometido àquele povo. Somente no livro de Deuteronômio, enquanto o povo estava na divisa da terra, o Senhor lhe lembrou dezoito vezes que a havia prometido a ele. O tema é tão constante que ha-aretz (a terra, em hebraico) é o quarto substantivo mais usado no Antigo Testamento.
Por diversas vezes, inclusive de forma dramática, a promessa foi reiterada. Quando Yahweh firmou a aliança com Abraão, passando em meio aos pedaços de animais sacrificados a fim de estabelecer a inviolabilidade de Suas promessas, a garantia específica foi: “À tua descendência dei esta terra” (Gn 15.18). Mais tarde, falando através de Seu profeta Jeremias, o Senhor insistiu que antes quebraria Sua aliança com relação ao ciclo do dia seguido pela noite, do que Sua promessa de restaurar Israel à sua terra (Jr 33.25-26). Resumindo, a realidade das promessas não pode ser negada. A terra, e tudo o que ela contém, pertence a Yahweh (Sl 24.1), porém, Deus fala de uma forma especial sobre o pequeno Israel: “a terra é minha” (Lv 25.23). Deus é o dono daquela terra, e Ele a deu a Israel. As Suas promessas concedendo aquela terra a Israel são eternas, imutáveis e irrevogáveis (Hb 6.13-18).
Contudo, entre os que crêem na Bíblia há ainda hoje um grande debate sobre a questão se os judeus têm ou não o “direito” a Eretz Israel (a terra de Israel). Lendo as Escrituras, muitos cristãos questionam a afirmação de que Israel tem, de fato, ainda hoje, o direito dado por Deus de possuir a terra que Ele lhe prometeu tantas vezes e tão claramente. Assim, eles também negam que os crentes tenham o dever de apoiar Israel em sua luta. Qual a razão disso?
Acho que existem três explicações possíveis:
Lendo as Escrituras, muitos cristãos questionam a afirmação de que Israel tem, de fato, ainda hoje, o direito dado por Deus de possuir a terra que Ele lhe prometeu tantas vezes e tão claramente.

primeira é pura e simples negligência. Um número espantoso de filhos de Deus sinceros e nascidos de novo, simplesmente não dá muita importância ao relacionamento atual entre Deus e o Seu povo escolhido. Na verdade, uma das decepções mais lamentáveis e impressionantes quando analisamos a história cristã é constatarmos a capacidade dos crentes do Novo Testamento de esquecer que, espiritualmente, estão sendo levados nos ombros do povo com quem Deus celebrou a aliança – Israel. Essa tendência de amnésia espiritual tornou-se menos expressiva no século passado, devido à grande obra que Deus realizou restaurando Israel à sua terra. Mas, mesmo assim, ainda existem muitos que, ao ponderarem a questão do direito dos judeus ao pequeno pedaço de terra que hoje possuem em parte, não param para considerar as promessas das Escrituras que dizem respeito a esse assunto.
segunda explicação é “a teologia da substituição”. Ela ensina que “a Igreja tomou o lugar de Israel enquanto nação, como receptora das bênçãos de Deus”, dizendo que “a Igreja cumpriu os termos das alianças feitas com Israel, que os judeus rejeitaram”, e que, portanto, a nação judaica perdeu todo e qualquer direito que possuía com base nas promessas que Deus lhe fizera.[1] Embora este não seja o momento para discutir tal assunto, é suficiente dizer que a teologia da substituição começa onde deveria terminar, e termina onde nunca deveria ter chegado. Isto é, ela começa com o Novo Testamento, insistindo que o Antigo Testamento não tem significado algum, a não ser quando interpretado pelo Novo Testamento. Dizendo que Jesus e os apóstolos são a única fonte confiável da verdade, a teologia da substituição conclui que, se o Novo Testamento [supostamente] mostra que algo no Antigo Testamento não era o que Deus realmente queria dizer, teremos de aceitar que o Novo Testamento pode desmentir o que consta no Antigo Testamento. Por outro lado, a teologia da substituição termina insistindo que as promessas de Deus não são tão confiáveis como aparentam ser. Porém, é melhor deixar que a Bíblia fale por si mesma, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. É melhor reconhecer que Jesus, que é a verdade, não se referiu a Si mesmo como uma fonte de verdade mais segura que as Escrituras. Ele nunca teria ensinado nada contrário às afirmações claras das Escrituras hebraicas que tanto amava. É melhor lembrar que, qualquer que seja a parte das Escrituras que estivermos estudando, Deus espera que relacionemos tudo que Ele revelou no passado e que tratemos essa revelação anterior não como uma massa qualquer a ser moldada da forma que quisermos, mas como palavras do próprio Deus, que têm autoridade e são verdadeiras. As promessas de Deus são verdades eternas. Elas não podem ser adulteradas ou postas em dúvida por nada e por ninguém, muito menos pelas palavras posteriores do mesmo Deus imutável!

Mas ainda há uma terceira explicação para o ceticismo de alguns cristãos quanto ao direito dos judeus sobre a terra que Deus lhes prometeu. Eles alegam que a nação de Israel foi posta de lado judicialmente, de forma temporária. Na verdade, Deus não rejeitou permanentemente o Seu povo (Rm 11.1), mas os ramos naturais foram quebrados e um dia eles serão enxertados novamente (Rm 11.19-24). Admitindo o fato de que, no futuro, a nação será restaurada em sua terra, alguns cristãos acreditam, mesmo assim, que o julgamento atual de Israel mostra que os judeus perderam temporariamente seus direitos sobre a terra. Portanto, os crentes não são obrigados a apoiar Israel em sua luta.
Entretanto, essa perspectiva é seriamente equivocada. Ela reconhece corretamente que, de alguma forma profunda, Deus deixou Israel de lado, e que hoje o povo judeu não goza do mesmo relacionamento da aliança que já teve com o Senhor. Além disso, essa posição vê o julgamento de Israel, corretamente, como apenas temporário e, portanto, compartilha da esperança de seu arrependimento nacional e da sua restauração. Ela ignora, contudo, o que a Palavra de Deus diz sobre o relacionamento entre Deus e os judeus durante este período em que Israel está temporariamente cego.
Como devemos compreender o relacionamento atual de Deus com Israel? Na minha opinião, o melhor lugar para se procurar ajuda a respeito desse assunto é o notável e agradável livro de Ester. De fato, sua história é tão encantadora que o foco teológico e histórico central acaba passando despercebido. Esse ponto central fala sobre o assunto de que estamos tratando.

Pense rapidamente sobre a história: Ester, uma jovem judia, foi participar de um concurso de beleza, o que era totalmente inadequado para quem estava proibida de se casar com alguém que não compartilhasse da mesma fé. Se ganhasse o concurso, ela se casaria com o rei e se tornaria rainha da Pérsia. Mordecai, seu primo mais velho e pai adotivo, era um funcionário da corte do rei e aconselhou Ester a manter sua identidade judaica em segredo, para que pudesse sobreviver, caso necessário, no mundo dos gentios. Afinal, essa tinha sido a estratégia do próprio Mordecai. Então, Hamã criou uma trama terrível para matar todos os judeus daquela terra. Quando Mordecai soube a respeito, repentinamente sua herança judaica tornou-se mais importante para ele e o levou a buscar fazer tudo que estivesse ao seu alcance para impedir tal atrocidade. Como Ester estava em uma posição estratégica, eles elaboraram juntos um plano para revelar ao desapercebido soberano a maldade que estava para acontecer no seu reino. O problema é que Ester não se encontrava bem preparada para o papel que teria de desempenhar, e o plano teria realmente fracassado se não fosse por uma série de coincidências absolutamente impressionantes. Por acaso, o rei não conseguiu dormir e mandou chamar seus servos para lerem o livro de registro das crônicas. Por acaso, eles leram um trecho que falava sobre uma ocasião em que Mordecai tinha salvado a vida do rei. Mais tarde, naquela noite, aconteceu que o rei, cujo coração já era favorável a Mordecai e Ester, ficou sabendo do plano maligno de Hamã e que Mordecai e Ester eram judeus. Enraivecido com a atitude de Hamã, o rei ordenou a sua execução. Por coincidência, ele foi enforcado na própria forca que havia mandado construir naquele dia [para matar o judeu Mordecai].
Ester diante de Assuero. Pintura de Nicolas Poussin.

Creio que o Senhor deseja que leiamos o livro de Ester como a representação do grande paradigma do Seu relacionamento com o povo da aliança – e do relacionamento dos judeus com Ele – durante os anos em que estiverem “deserdados” judicialmente da bênção completa dessa aliança. Considere os paralelos: no livro de Ester, os personagens principais são duas pessoas de origem judaica, que haviam abandonado seu relacionamento com Deus e estavam determinados a fazer o possível para ter sucesso no mundo gentio. Mas ainda havia um resquício de judaísmo neles, que se manifestou na determinação em não permitir que o povo judeu fosse destruído.
O paralelismo com a realidade do povo judeu nestes últimos dois mil anos não poderia ser mais exato. Seja por escolha própria ou por coação, os judeus tiveram de conquistar seu espaço em um mundo gentio hostil, e  conseguiram mostrar que são muito habilidosos neste aspecto. Durante séculos, uma das ameaças mais constantes para a sobrevivência do povo judeu se encontra dentro deles mesmos: o impulso de assimilação. Mas quando surgia uma ameaça externa, a assimilação era abandonada, o judaísmo era orgulhosamente reafirmado e todas as energias eram direcionadas para libertação do povo de qualquer destruidor.
Agora, voltemos ao livro de Ester. O que nos chama mais a atenção nesse livro? O nome de Deus nunca é mencionado. Isso não foi porque Ele não estava agindo; mas porque se ocultava de todos, menos dos que criam nEle. Na verdade, foi Yahweh que tirou o sono daquele monarca e que guiou as mãos dos servos enquanto desenrolavam os rolos dos registros das crônicas. Resumindo, foi Deus quem libertou os judeus de Hamã, tanto quanto foi Deus quem libertou os judeus de Faraó. No caso de Hamã, contudo, é necessário ter os olhos da fé para ver a mão do Todo-Poderoso em ação.

Voltando para Israel nestes últimos dois mil anos: desprezado e perseguido, apesar disso sobreviveu como um povo. Nos últimos cinqüenta anos, foi vitorioso em três memoráveis guerras e continua a sobreviver como nação. Os não-crentes e céticos atribuem essas vitórias à coragem do povo e à pura sorte; os crentes reconhecem novamente a mão discreta mas poderosa de Deus, que prometeu preservar o Seu povo.
Agora, retornemos à questão inicial: os crentes devem apoiar Israel em sua luta pela terra? Creio que a mesma pergunta pode ser feita de uma forma um pouquinho diferente: se vivesse na corte persa há 2.500 anos atrás, você estaria do lado de Hamã ou do lado de Ester?